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Arrendamento tem preços desajustados

Publicado a 24/07/2011, 14:10 por House Work   [ atualizado a 18/09/2011, 10:56 por House Work ]


O arrendamento continua a não ser, em Portugal, uma alternativa à compra de casa.

Apesar das intenções da troika em agilizar os despejos por incumprimento no pagamento de rendas ou fomentar a reabilitação urbana, vai levar algum tempo até o segmento do arrendamento se tornar uma verdadeira solução alternativa à compra de habitação própria em Portugal, segundo especialistas do sector imobiliário ouvidos pelo SOL.

«Os preços do arrendamento continuam demasiado altos e desajustados face ao valor dos imóveis», diz Paulo Fernandes, director-geral da Fita Métrica. «Hoje continua a ser mais caro alugar uma casa do que comprar. E Portugal é um país tendencialmente comprador», acrescenta o responsável. Belen Rodrigo, presidente da RE/MAX Portugal adianta ainda que a oferta de arrendamento é «deficitária» em Portugal

Tanto a Fita Métrica como a ERA Portugal referem que a procura de arrendamento tem aumentado nos últimos dois anos, mas sobretudo devido à falta de crédito na banca para a compra de casa e não por ser uma melhor opção. «O arrendamento é um barómetro da concessão de crédito, quando este desce, o arrendamento sobe», diz Miguel Poisson. Ou seja, a procura recente do arrendamento é, sobretudo, conjuntural e não uma mudança de atitude dos clientes.

O director-geral da Era Portugal acredita que a opção de compra de casa vai continuar a dominar em Portugal, sobretudo numa época em que as reformas futuras vão cair, o que levará as pessoas a optar por possuir um activo seu. «A compra continuará a ser uma tendência mais estrutural do que o arrendamento. Este surge como uma segunda opção sempre que a compra não é possível ou numa fase transitória», salienta, Belen Rodrigo da RE/MAX.

Na Fita Métrica, o arrendamento representa hoje 50% das transacções (30% em 2008), mas apenas 16% da facturação e apresenta taxas de incumprimento elevadas que são penalizadoras para o negócio, diz Paulo Fernandes. ARE/MAX registou em 2010 uma subida de 12% nos arrendamentos face a 2009 e a tendência é para se manter no futuro, diz a imobiliária. No total de negócios da RE/MAX, 35% das transacções são de arrendamento.

A restrição do crédito na banca para a compra de habitação e os elevados preços praticados no arrendamento estão a levar as famílias a uma encruzilhada. Paulo Fernandes adianta que tem recebido «imensos casos» de downsizing habitacional – troca da habitação actual por uma mais pequena –, sobretudo nas periferias dos grandes centros urbanos como a Margem Sul, zona Oeste e Sintra. Já Belen Rodrigo refere que tem recebido casos de particulares que vendem a casa para arrendar outra, por lhes dar mais flexibilidade e certeza de quanto vão pagar no final do mês.

Fonte:  http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=24231
por Luís Gonçalves
    
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