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FMI alerta que crise nos periféricos do euro pode "intensificar-se"

Publicado a 25/01/2011, 05:22 por House Work   [ atualizado a 18/09/2011, 11:19 por House Work ]
A instituição liderada por Dominique Strauss-Kahn voltou hoje a apelar aos responsáveis da Zona Euro para que avancem com uma resposta "rápida e abrangente" para a crise financeira e da dívida soberana que assola a Zona Euro. Na periferia, a pressão vai manter-se "elevada", pode "intensificar-se" e até "propagar-se" ao centro.


“Os riscos descendentes decorrem da possibilidade de as tensões na Zona Euro se propagarem ao centro da Europa”, adverte o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório que acompanha a actualização intercalar das suas Perspectivas Económicas, em que revê em ligeira alta, para 4,4%, o crescimento para a economia global. 

Na perspectiva da instituição, a evolução da situação na Zona Euro é o maior risco que paira sobre a recuperação económica – não apenas europeia, mas global.
 “O requisito mais urgente para uma recuperação robusta passa por acções rápidas e abrangentes para ultrapassar os problemas financeiros e da dívida soberana na Zona Euro e por políticas que permitam corrigir os desequilíbrios orçamentais e reparar e reformar os sistemas financeiros no contexto mais vasto das economias desenvolvidas”, considera o FMI. 

Ainda que antecipe uma relativa estabilização ou mesmo melhoria das condições financeiras, designadamente nos circuitos de crédito à economia real na generalidade do mundo desenvolvido, o FMI adverte que “as tensões deverão manter-se elevadas na periferia da Zona Euro”, numa referência implícita à GréciaIrlanda, Portugal eEspanha

Essa expectativa resulta da percepção do FMI de que os “agentes do mercado permanecem preocupados em torno dos riscos soberanos [capacidade de os países se financiarem] e financeiros [necessidade de recapitalizar mais bancos]”. 

O Fundo chama ainda a atenção para a incerteza por detrás da “exequibilidade política das medidas de austeridade anunciadas e por anunciar”, numa referência velada à possibilidade de mais Governos – como sucedeu na Irlanda – caírem perante os protestos populares e a falta de apoio parlamentar.
 

Neste contexto – adverte o Fundo – os diferenciais de taxas de juro no mercado da dívida pública, assim como os custos para os bancos se financiarem, deverão continuar “elevados durante a primeira metade deste ano, e a turbulência financeira poderá intensificar-se”.
 

Mais: a probabilidade de a Zona Euro crescer menos do que se antecipa deve-se aos riscos descendentes que “decorrem da possibilidade de as tensões na Zona Euro se propagarem ao centro da Europa”. 

Ao contrário do que fez para os EUA ou Japão, o FMI manteve hoje inalterada em 1,5% a sua previsão de crescimento para a Zona Euro neste ano. Para 2012, e agora à semelhança das restantes economias desenvolvidas, tirou uma décima aos números divulgados em Outubro último, prevendo agora um crescimento de 1,7%, em ambos os anos liderados pela Alemanha (2,2%, em 2011, e 2% em 2012). 

Não são apresentadas novas previsões para Portugal. As últimas, datadas de Outubro, apontavam para umarecessão neste ano, com uma contracção do PIB de -1,4%, seguida de uma recuperação tímida de 0,6% em 2012.

25 Janeiro 2011 | 07:40
Eva  Gaspar: negocios.pt
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